quinta-feira, 20 de junho de 2013
Você sabe, de fato, quem foi Guy Fawkes? Você sabe o
que o levou a tentar explodir o parlamento britânico, em 5 de Novembro de 1605,
na Inglaterra? Eu aposto que não. Todo 5 de novembro, é sempre a mesma coisa: a
galerinha super antenada e politizada das redes sociais posta a citação “Remember, remember, the Fifth of
November, the Gunpowder Treason and Plot. I know of no reason why the Gunpowder
Treason should ever be forgot” sem ter absolutamente a menor ideia sobre
o que está falando. Pois bem, diferente dos que gostam de pronunciar essa
citação, eu sei de uma razão do porque a “Conspiração da Pólvora”, ou até mesmo
o próprio Guy Fawkes, deveria SIM ser esquecida: Guy Fawkes, meus caros amigos
revolucionários, era um católico radical supremacista que, como muitos outros
católicos radicais supremacistas, não curtia nem um pouco a direção protestante
que a Inglaterra seguia na época do rei James I. Logo, junto com seus comparsas,
também católicos radicais supremacistas, Fawkes tentaria explodir o parlamento e
assassinar o rei, pura e simplesmente por não desejar ver sua amada nação se
tornar completamente anglicana, ao invés de católica. Em outras palavras, para
os que precisam que desenhe: Guy Fawkes não era nada além de um terrorista
religioso, representante de uma agenda totalmente cristã católica. Guy Fawkes,
portanto, NÃO era um revolucionário tentando trazer abaixo o sistema social
burguês opressor da monarquia, ou algo do tipo. Pelo menos você concorda que um
homem que tenta cometer um ato terrorista, de cunho religioso, em nome da
Igreja Católica - possivelmente uma das instituições mais conservadoras e com
os dogmas e crenças mais distorcidos e intolerantes da história da humanidade -
não é exatamente um revolucionário libertário, certo? Ah, mas eis que vem
Hollywood e sua máquina com o filme ‘V de Vingança’, e, de repente, todos
abraçam a ideia de que Fawkes era um representante da classe pobre e oprimida,
lutando contra a elite malvada. Se fosse o caso, eu até entenderia os jovens usando
máscaras com o rosto de Fawkes nos protestos dos últimos tempos. Mas como não
é, nada na adoção de Guy Fawkes como ídolo político das massas parece fazer sentido.
O problema é que essa mesma galerinha aceita qualquer imagem supostamente
“revolucionária” sem a preocupação de se questionar acerca de quem é a mesma. É
mais fácil comprar falsos clichês românticos, do que verdades.
Na época do lançamento do filme “V de Vingança” (que
fora esse erro estúpido, é excelente), um punhado de críticos e historiadores
notou esse equivoco popular a respeito dos verdadeiros motivos da “Conspiração
da Pólvora”. A maioria dos fãs, porém, pareceu abraçar o erro sem se dar ao
trabalho de pesquisar quem realmente era Guy Fawkes, ou as verdadeiras
motivações por trás dos atos do cara. E assim, a farsa continua, e em todo 5 de
novembro ou em manifestações populares, podemos esperar pelos diversos desinformados
que, sem ter noção alguma, enaltecem um maluco católico fundamentalista, que se
via como um soldado do Vaticano, do Papa e de Deus. Maluco esse que queria
trocar um monarca protestante (através do assassinato do mesmo) apenas para
colocar um católico em seu lugar. Por isso, no próximo protesto, faça um favor
a si mesmo: não use imagens que lhe farão parecer um tolo. Fica a dica.
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